A Família Cadorin de Urussanga – SC é oriunda  da cidade de  Selva di Cadore, pertencente a Província de Belluno, Itália, que integra a Região do Vêneto.

* Da 1ª a 5ª geração a pesquisa foi feita por Adilcio Cadorin, da 6ª à 9ª geração, por Léia Mendes Cook

Selva di Cadori, Província de Belluno, Itália

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Estende-se por uma área de 33 km², tendo uma densidade populacional de 17 hab/km². Selva di Cadore fica no Vale Gardena, por onde cruza um dos poucos caminhos que desde a antiguidade o Império Romana se comunicava com a Europa. É uma das 22 pequenas cidades que formam a antiga Regione del Cadore, que foi ocupada originalmente pelos celtas e que posteriormente foi ocupada por ordas germânicas invasoras, sendo conquistada e integrada ao Império Romano no século II AC. ­

Com a degradação do Império Romando, em 1077, passou a fazer parte do Patriarcado de Aquileia e em 1135 gozou de independência, sendo governado pela Famiglia di Camino, que ficaram conhecidos como Condes del Cadore. Esteve anexado brevemente ao Tirol Austríaco e novamente foi cedido aos Condes. Quando em 1420 a República Veneziana conquistou a Região do Friuli, os governantes do Cadore foram convencidos a tornarem-se integrantes do Terra Ferma, como eram conhecidas as partes continentais pertencentes à República Veneziana.

Em 1508 os Venezianos e os Cadorinos derrotaram os romanos na batalha do Valle di Cadore e permaneceram com a República de Veneza até as guerras napoleônicas, a partir de quando foi governado pelo Império Austríaco até 1866, quando finalmente foi conquistado pelo recém-formado Reino da Itália. 

Durante a Primeira Grande Guerra Mundial (1914/1919) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Regione del Cadore criou a Frente Alpina e suas cidades foram cenário de muitas batalhas. No entanto, sempre gozou de um certo grau de autonomia administrativa.

Curiosidade: Em virtude das diversas línguas dos povos que os ocuparam, os cadorinos desenvolveram um dialeto próprio, conhecido como “ladin” até hoje preservado, distinto dos dialetos vizinhos, embora o italiano seja a língua oficial e o dialeto vêneto seja o mais falado.

Assim como Selva di Cadore, todas as 22 comunidades cadorinas são pequenas, vivem basicamente do turismo de inverno e dos esportes das montanhas e possuem em seu nome o sufixo di Cadore, podendo serem citadas como exemplo, Tai di Cadore, San Pietro di Cadore, Pìeve di Cadore, Santo Stefano di Cadore e etc.. Os pontos mais elevados da Itália localizam-se no Cadore e sua montanha mais alta é a Marmolada, com 3342 metros de altura, fazendo parte da cadeia das Montanhas Dolomíticas, onde estão localizadas centenas de estações de esqui. 

Em viagem de pesquisa sobre nossa ancestralidade genealógica  à  Selva di Cadore, tivemos acesso ao livro “Selva de Cadore: Note di Onomástica”, editado em 1990 pelo genealogista Vitto Palabazzer, que à página  225 relata a existência do nome de Andrea Kadorin em registros preservados datados de 1534, além de outros Cadorin, com os quais, lamentavelmente,  não logramos obter uma  ligação genealógica com Lorenzo Cadorin, comprovadamente o mais antigo de nossos ancestrais. Porém, obtivemos muitos relatos e informações através de nossos distantes parentes, também descendentes de Lorenzo, que ainda habitam em Selva di Cadore, mas que não levam mais o mesmo sobrenome em virtude de que o último Cadorin que viveu em Selva não se casou e morreu solteiro em 1997. Suas irmãs casaram-se e tiveram filhos que herdaram o sobrenome dos maridos. 

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LORENZO CADORIN – 1ª geração

Como foi o mais antigo ancestral que localizamos registros documentais fidedignos com o qual temos um liame sanguíneo, estamos considerando-o como participante da Primeira Geração da Família Cadorin. Dele descobrimos apenas que havia nascido em 1762 e foi casado com Lucia Rova. Foi batizado na Igreja de São Lorenzo, de onde provavelmente lhe tiraram o nome. De seus prováveis descendentes obtivemos notícia de apenas um filho, Giobatta Cadorin.  

GIOBATTA CADORIN – 2ª Geração

Nasceu 16/02/1785 e faleceu em maio de 1841. Vivia em união com Natallina Martini. Seu nome correto deveria ser Giovanni Battista Cadorin, mas que foi abreviado quando do registro do batismo de seu filho para Giobatta, ou seja, “Gio” de Giovanni e “batta” de Batistta. Não obtivemos provas se eram ou não casados. Assim como seu pai, foi agricultor e pastor de poucos animais que criavam basicamente para sustento de suas famílias, encerrando-os na parte inferior de sua casa, como era costume, onde ficavam confinados durante os longos invernos característicos dos Alpes.

Curiosidade: Estas casas, construídas com a parte inferior de pedra e a superior de madeira dos pinheiros alpinos, eram denominadas de fienile porque ali também estocavam os fenos e as pastagens cultivadas e colhidas nos meses de verão e primavera, para alimentarem os animais confinados durante o inverno. A parte superior do fienili era destinada a residência da família.

Casa tipo fenile: a parte debaixo era para pastagens , na superior a residência

Tivemos a oportunidade de visitar e constatar que a casa onde se originou nossa família está preservada, embora ao longo destes mais de dois séculos já tenha sofrido diversas reformas, sendo atualmente ocupada por um dos descendentes que não leva o mesmo sobrenome.

Também não se tem notícia de quantos filhos o casal Giobatta e Natalia tiveram, sabendo-se tão somente que lhes nasceu o filho Lorenzo Cadorin, que foi batizado na Igreja de S. Lorenzo, em Selva di Cadore, que pertencia a Diocese de Beluno-Feltre. A dedução lógica é que seu nome foi escolhido como forma de homenagear o pai de seu pai, conforme era tradição para muitas famílias. 

LORENZO CADORIN – 3ª Geração 

Nasceu em 06/06/1816 e casou-se em 24/06/1841 com Giovanna Bez, nascida em 27/09/1820 em Longarone, também Província de Belluno, onde casaram e passaram a residir. Tiveram quatro filhos: Giovanni Battista Cadorin, nascido em 29/09/1841; Ana Maria nascida em 10/06/1843; Teresa nascida 04/09/1845 e Lucia nascida em 20/06/1851, todos nascidos em Longarone. Novamente, mantiveram a tradição de darem ao filho mais velho o nome do avô, motivo pelo qual foi batizaram seu primogênito com o nome de Giovanni Battista, mas provavelmente também em homenagem à sua mãe Giovanna Bez, pois até o duplo “n” foi mantido no nome, conforme constou em seu certificado de batismo.

Longaroni – Província de Belluno,

Curiosidade: Na noite do dia 9 de outubro de 1963, às 22h39, em Longarone, no norte da Itália, uma parte do Monte Toc, ou o equivalente a 200 milhões de metros cúbicos de rocha e terra, caíram de uma só vez dentro do lago artificial, da represa de Vajont. Uma obra prima da engenharia mundial, que se tornou causa de 1910 mortes e uma das maiores tragédias do mundo.  Veja o vídeo do documentário da National Geographic.

Tragédia em Longarone

GIOVANNI BATTISTA CADORIN – 4ª Geração

Casou-se com Maria Sacchet em 1869. Ela nasceu em 1849 em Castelavazzo, onde residiram por dois anos. Após mudaram-se para Igne, distrito de Longarone, onde residiu na mesma casa de seu sogro, trabalhando como o mesmo por diversos anos como ferreiro. 

Em 1877, dado as precárias condições que a Itália vivia em virtude da longa guerra pela sua unificação, o casal e seus filhos, Giovanni Batista Cadorin Filho (nascido em 25/10/1871), Giovana Cadorin (nascida em 05/09/1873), Madalena Cadorin (nascida em 30/12/1874) e Lorenzo Cadorin (nascido em 12/10/1876), imigraram para a cidade de Constantina, localizada no norte da Argélia, na África, onde tiveram mais a filha Tereza Cadorin (nascida em 19/05/1878).

Constantina-Argelia
Constantina – Argelia

Em Constantina adquiriu uma propriedade que foi atacada por nativos que o feriram com uma flecha em uma das pernas, ferimento este que o deixou claudicante pelo resto de sua vida.  Algum tempo após faleceu seu filho Lorenzo. Estes fatos motivaram imigrarem novamente, desta vez para o Brasil, aonde chegaram em dezembro de 1882. 

Desembarcaram no Rio de Janeiro, pegando outro navio menor que os trouxe à Laguna/SC e dali seguiram com barco menor navegando pelo rio Tubarão até o Poço Grande do Rio Tubarão, hoje cidade de Tubarão, de onde rumaram para Urussanga por precário caminho em meio a floresta, conduzindo seus pertences em carroças e mulas fretadas. Passaram pela Colônia Azambuja, hoje cidade de Azambuja e finalmente chegaram à Urussanga em dezembro de 1882.

Curiosidade: Ao final do século XIX, a crise assolada na Itália contribuiu para a colonização da terra brasileira que futuramente seria conhecida como Urussanga. Com a notícia de oferta de solos férteis, próprios para o trabalho, o Governo Imperial designou, em 21 de novembro de 1876, o Engenheiro Joaquim Vieira Ferreira para dirigir o povoamento da região das cabeceiras do Rio Tubarão.
A região, até então habitada por índios, recebeu imigrantes de Longarone, Lombardia, Friuli e Trentino Alto Adige. A viagem dos imigrantes até o alojamento preparado pelo Engenheiro Joaquim Vieira Ferreira, em Urussanga, foi dificultosa, tendo realizado a travessia de navio até o porto de Laguna; seguido pelo Rio Tubarão; e caminhado pelas matas, ou com o auxílio de carros de bois. A partir de então, os imigrantes, sob organização do Engenheiro Ferreira, tomaram posse de suas terras, com fins de moradia, cultivo e trato com animais. 
Os imigrantes italianos chegaram a Urussanga em 26 de maio de 1878, razão pela qual se considera a data como oficial de sua fundação. O Distrito de Urussanga foi criado por meio do Decreto Estadual nº 84, de 03 de junho de 1891. Reconheceu-se como Município o até então Distrito de Urussanga a partir de seu desmembramento com relação ao Município de Tubarão, oficializado por meio da Lei Estadual nº 474, de 06 de dezembro de 1900 – cuja instalação ocorreu em janeiro de 1901.

Depois de adquirirem um lote rural, fixaram residência e construíram uma serraria movida com água de um córrego em Rio Salto, a poucos quilômetros do Centro de Urussanga. Após dois meses de sua chegada, sua esposa teve outro filho, que batizaram com o nome de Lorenzo Cadorin, em homenagem ao ancestral e ao filho que havia falecido na África. Além de Lorenzo, em Urussanga nasceram mais dois filhos: Riccieri  (nascido em 07/10/1885) e Domenica (nascida em 15/02/1888).   Em 07/08/1909, aos 68 anos de idade, Giovanni Battista Cadorin (filho mais velho) faleceu em Urussanga.

GIOVANNI BATTISTA CADORIN FILHO – 5ª Geração

Casou-se em Urussanga com Degnamerita Mazzorana em 18/08/1894.  Mudou-se para o interior da cidade de Turvo/SC, onde nasceram seus filhos. Tendo enviuvado, casou-se novamente com Lucia Polli.  Nos dois casamentos teve dezessete filhos. Faleceu em 1923. Foram seus filhos: Constantino, Madalena, Mabile, Maria, Veronica, Daniel, Lucia, Sexto, Setimo, Degnamerita, Domingos, Primo, Segundo, Ana, Rodolfo, Egiglio e Cecília.  

CONSTANTINO CADORIN – 6ª Geração

Nasceu em Grão-Pará ou Turvo (incerto). Era delegado e casou-se com Otília Tizoni, juntos tiveram 6 filhos: Turíbio – João – Olímpia (1926 – 1999) – Américo – Lindomar – Vanda. Depois que sua esposa faleceu, Constantino Cadorin teve outro filho de nome Nicolau.

A direita, em pé Otília Tizzoni Cadorin e Constatino Cadorin. As outras pessoas são desconhecidas.
Filhos de Otilia e Constantino: Lindonar (com a esposa Enedina) Vanda (com o esposo Segundo) João (com a esposa Teresa) Américo e Olímpia.
Crianças: Américo (no colo), Iviolete, Salete, Iolete e Vanda (no colo)
Américo Cadorin e Olímpia Cadorin (Lili)
Américo Cadorin e Olímpia Cadorin (Lili)

OLÍMPIA CADORIN – 7ª Geração

Nasceu em Grão-Pará – SC (1926-1999), era costureira e casou-se com Salvato Mendes (caminhoneiro). Moraram em Santana, no município de Urussanga – SC, depois no centro de Urussanga. No final dos anos 60 foram morar em Curitiba-PR para acompanhar os estudos de sua filha mais velha, Iolete. Em 1971 voltaram para Criciúma – SC. Nos anos 80, depois de aposentados foram morar em Florianópolis onde moravam suas filhas.

Olimpia Cadorin Mendes (Lili)
Olimpia Cadorin Mendes (Lili)
Olimpia Cadorin Mendes (Lili) e Salvato Mendes

Eles tiveram 3 filhas Iolete Mendes, professora de Educação Física, nascida em Urussanga em 1949.  Vanda Mendes, Assistente Social, nascida em Urussanga, em 1950 e Léia Mendes, Advogada, nascida 1958, na cidade de Urussanga/- SC.

Iolete Mendes - Vanda Mendes Borges e Léia Mendes Cook
Filhas: Iolete Mendes – Vanda Mendes Borges e Léia Mendes Cook

LÉIA MENDES – 8ª Geração

Nasceu em Urussanga (22/11/1958), acompanhou seus pais quando moraram em Curitiba e Criciúma. Veio morar em Florianópolis em 1977 para cursar Direito/UFSC onde se formou em 1982.  Foi funcionária pública na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, onde se aposentou em 2014. Seu primeiro casamento (1983), foi com José Carlos Carvalho Cook, também funcionário público da ALESC, natural de Laguna e nascido em 1951. Manteve então o nome Léia Mendes Cook.

Tiveram 2 filhos Milene Mendes Cook, (22/11/1984) e Artur Mendes Cook (14/02/1991). Léia casou-se novamente com Horácio Moura Bridon (1955), engenheiro eletricista, no ano 2001. Não tiveram filhos juntos. Aposentados moram atualmente em Florianópolis.

Horácio Moura Bridon e Léia Mendes Cook

MILENE MENDES COOK – 9ª Geração

Nasceu em Florianópolis, em 1984. Formada em Design de Moda. Moradora de Florianópolis, trabalha atualmente com design de joias no Mila Cook.

mila cook
Milene Mendes Cook – Mila Cook

ARTUR MENDES COOK – 9ª Geração

Nasceu em Florianópolis, em 1991. Formado em Engenharia de Automação. Morador de Melbourne, na Austrália, trabalha atualmente com desenvolvimento de software.

Artur Mendes Cook
Artur Mendes Cook

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