Esses dias encontrei uma senhora em uma loja, que deveria estar beirando os sessenta anos. Estava vestida sem censura, com uma roupa mais apertada do que deveria e muito mais colorida do que o bom senso determina. Fiquei um tempão olhando para ela com uma mistura de vários sentimentos que iam se alternando: no primeiro momento achei a mulher breguíssima, no segundo alegre e resolvida e no final fiquei tentando entender o que ela estava pensando enquanto se arrumava para sair de casa.
Imaginei o quanto deveria ter se olhado no espelho se achando linda. E eu lá, parada, olhando aquela mulher, que para o meu dito bom senso era cafona da cor do cabelo ao esmalte da unha, aquela verdadeira brasileira, que não teve direito a uma boa instrução que passa o dia nas lidas dos serviços domésticos, sem dinheiro e nem tempo para academia ou salões de beleza, feliz da vida com seu corpo marcado pelo tempo, pelo sol e pelo trabalho.
Usar o que se gosta, sem nenhuma referência de moda, sem saber das limitações estéticas do seu corpo é no mínimo libertador.
Por outro lado, vivemos em um país que tem vergonha de suas origens indígenas e africanas e por isso adquirimos a síndrome de província norte americana. Ainda estamos carregados de nomes americanizados com seus “w”, “y” e dois “ls”. Nossos salões de beleza agora são hair design, antes era simplesmente salão de beleza ou instituto de beleza.
Mas algo está mudando lentamente, já estão nascendo mais Antônios e Marias, já estamos enchendo nossas salas de cinemas para ver filmes brasileiros, preteridos aos americanos. Estamos começando a perder nosso complexo de guapeca.
Também existe uma breguice natural que há um tempo atrás era descartada e que aos poucos vai se incorporando ao mundo cult, exemplo são as músicas bregas, tocadas freneticamente em festas jovens como as de Odair José e Waldick Soriano.
Amei seu recado, realmente precisamos valorizar mais a nossa cultura e nosso jeito de ser… sem medo, sem impor mas simplesmente vivendo e procurando sermos felizes e livres…
Oi Léia! Eu concordo que devemos valorizar tudo o que diz respeito a nossa cultura e devemos assumir os nossos gostos sem vergonha nenhuma. O que é mais importante: a nossa felicidade ou a opinião alheia?
Achei bem interessante o seu texto.
Um dia alegre para você.
Beijinhos,
Fernanda.
Eu sempre fui considerada pelas amigas uma pessoa brega,principalmente no que diz respeito a decoração da minha casa, gosto de pinguins em geladeira,tapetes de crochê,paninhos bordados,inclusive tenho uma jarra dessas.
Gosto de mim e de minhas coisas.
Jesana, mas são esses detalhes que dão aconchego ao lar.
Ultimamente tenho amado ser brega….rs
Miga,
Indiquei você para participar de uma brincadeira. É o seguinte: você deve colocar 10 imagens de coisas que você não gosta e convidar mais 10 blogueiras para a brincadeira, mas a participação não é obrigatória, é claro!
O link é esse : http://maniadecasaedecoracao.blogspot.com/2011/10/elisa-do-blog-eu-e-minha-casa.html
Um ótimo final de semana.
Bjkas,
Foi através deste texto que percebi a sua sensibilidade e não sosseguei, vi seus comentários nas fotos do Vicentinho e conclui… esta moça é de Urussanga e agora tenho curiosidade de saber quem é… linda mensagem, que percepção e a maneira que você discorre faz com que a imaginação fique solta no ar…parabéns pelo blog, pelas lindas mensagens, pelo excelente trabalho…beijo grande!!!
Ótimo texto!
Bonito e bacana é ser feliz!
Mesmo com o "y" no nome (coisa de mãe!)acredito que a cultura e as raízes de nosso povo sobreviverão, sim!
um forte abraço e parabésn pelo blog.
Amei o texto e suas colocações convidam à reflexão. Cada vez mais me abstenho de comentar inconsequentemente o visual ou a escolha de alguém, cada um tem a sua história e sua própria convicção do que é certo, e o mais importante é termos auto estima, como pessoas e como nação .
Tenha um fim de semana bem gostoso, e muita paz no coração !
http://casascoisaseoutros.blogspot.com.br/
Beijo no ♥ !
Obrigada Lilian, amei seu blog tb, muito inspirador. Volte sempre….bjsss e bom final de semana